Violeta – Isabel Allende
Violeta veio ao mundo em um dia de tempestade em 1920, a primeira menina de uma prole de cinco filhos. Desde o início, sua vida foi marcada por acontecimentos extraordinários: ainda era possível sentir os efeitos da Grande Guerra quando a gripe espanhola chegou ao seu país, pouco antes do seu nascimento.
A família saiu ilesa dessa crise, mas não conseguiu enfrentar a seguinte. Com a chegada da Grande Depressão sua família perdeu tudo e foi forçada a se mudar para uma parte mais remota do país. Lá, ela cresceu e conheceu seu primeiro pretendente.
Violeta narra sua história em uma carta a pessoa que mais ama nessa vida (mas que só descobriremos quem é mais pra frente), contando decepções e casos amorosos, momentos de pobreza e riqueza, terríveis perdas e imensas alegrias, sempre permeando grandes eventos da história: a luta pelos direitos das mulheres, a ascensão e queda de tiranos e, em última análise, não uma, mas duas pandemias. Afinal, Violeta nasceu em 1920, e o livro nos conduz a 100 anos de história de uma mulher decidida e forte que poeticamente nasce em uma pandemia – a da gripe espanhola – e morre em outra pandemia – do Covid.
Suas lembranças são divididas em em quatro partes e vai sendo desmembrada em acontecimentos que foram decisivos para sua trajetória. É assim que o leitor descobre seus amores, anseios, medos e dores. Outros personagens importantes são apresentados, se misturam ao seu destino, mas o foco permanece na mulher que dá nome à obra.
Muitos assuntos importantes são debatidos por aqui: a precária situação feminina durante o século 20 e a busca por direitos que hoje consideramos como garantidos; a violência doméstica alimentada por uma dependência emocional; dependência química e o sofrimento decorrente dela; a violência estrutural presente num país sob regime ditatorial e seus diversos crimes; o amor na velhice e a beleza de uma relação tranquila e acolhedora.
Esta Violeta é também o elogio da força das mulheres, sobretudo quando se unem, e da possibilidade de amar em qualquer idade como se fosse a primeira vez.
Uma mulher de inúmeras falhas e acertos.
Uma vida agitada e cheia de ensinamentos.
“A VIAGEM DA VIDA É FEITA DE LONGOS TRECHOS TEDIOSOS, PASSO A PASSO, DIA A DIA, SEM QUE ACONTEÇA NADA DE IMPACTANTE, MAS A MEMÓRIA É FEITA DE ACONTECIMENTOS INESPERADOS QUE MARCAM O TRAJETO.”