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Dificuldades enfrentadas pela Pessoa Surda, por uma Pessoa Surda

No texto anterior falamos sobre a legislação e a Libras, entendemos é importante sempre informar sobre a Pessoa Surda.

Gostaria de falar sobre as diversidades e as dificuldades que Pessoas Surda tem no seu dia a dia, como autora e Pessoa Surda reconheço o respeito pela diversidade no convívio na Comunidade Surda.

A minha experiencia como Pessoa Surda é o seguinte sou a Pessoa Surda bilíngue, significa que sou fluente em duas línguas sendo o português e a Libras, no convívio social sou oralizada e falo fluentemente libras. Atualmente estou estudando o doutorado em direito na Unicap e a minha necessidade é ter o direito linguístico garantido que a acessibilidade comunicacional com intérprete de Libras nas aulas, palestras, orientação todo o envolvimento nas atividades acadêmicas.

Como falei a minha experiencia, nem todos os Surdo tem a vida igual a minha, e vou mostrar a autora surda que mostram a importância da diversidade.

A autora Patrícia Luiza em seu artigo “Identidade Cultural surda na diversidade brasileira”, com a sua experiencia como surda:

Este trabalho, resultado de descobertas e impasses na minha trajetória enquanto Surda, pretende discursar as relações sociais dos sujeitos Surdos, do Movimento Surdo, captando suas trajetórias dentro do multiculturalismo. Saliento que este tipo de discussão possui complexidades, e seria necessário um novo olhar na educação que, sem sombra de dúvida, é um dos alicerces da humanidade, tão primordial para a aceitação das diferenças, em oposição à homogeneidade.

 

A autora confirma que a educação é um dos pilares importante, que é preciso de um novo olhar e trabalhar mais na humanidade.

Mas precisando entender que sobre o ser Surdo na sociedade, que cada sujeito tem uma experiencia e convivência diferentes, tem o todo o processo para o reconhecimento da Pessoa Surda que é a identidade.

O termo identidade, que melhor atende à temática surdez, é usado na busca do direito de ser Surdo. De acordo com a trajetória vivenciada pelos sujeitos Surdos, nas suas lutas e intempéries, o tema (re)construção da Identidade Surda é sempre usado ao responderem à pergunta – o que é ser Surdo no Brasil? Ao longo do último século, tem sido travado um verdadeiro embate imposto por alguns Surdos ao redor do mundo, devido ao processo histórico da colonização sobre os sujeitos Surdos, no que se refere à medicalização, à normalização, levando à degradação da Língua de Sinais, da Cultura Surda, das Identidades Surdas. Em resposta a essa colonização, o Movimento Surdo tem dado início à criação de Associações de Surdos como uma resistência contra a cultura dominante, contra a ideologia ouvintista.

 

O histórico é um marco para os Surdos brasileiros, do que vem construindo até hoje termos uma certa resistência em relação ao movimento Surdo, que a utilização das línguas de sinais dos espaços públicos e privados em qualquer temática que é necessário, pois mais uma vez vale lembrar além de pessoa Surdas somos cidadãos que temos as mesmas obrigações da sociedade propõe para todos nós no dia a dia.

 

 

O foco do nosso olhar é o Sujeito Surdo, com suas peculiaridades. O termo SURDO é carregado, no imaginário social, de estigma, de estereótipo, de deficiência, e significa a urgência da necessidade de normalização, em antagonismo ao conceito da diferença, como disse PERLIN (l 998: 54):

 

o estereótipo sobre o surdo jamais

  acolhe o ser surdo, pois imobilizoo

a uma representação contraditória,

  a uma representação que

  não conduz a uma política da identidade.

 

Para finalizar, esse texto mostra a importância que dentro da Pessoa Surdas tem a suas diversidades, marcos históricos e a questão de aceitação, para o entendimento é relevante que cada pessoa humana é única e tem as suas peculiaridades, e não pode ser considerada como igual entre os seus pares, mas o direito deve ser garantido a todos e convivendo com as diversidades e principalmente com respeito, e isso também se aplica para todos e incluindo a pessoa com deficiência.

Colunista

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Mirella Cavalcanti
Doutoranda em Direito, Bolsista da CAPES-PPGD da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap).

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